Relato de um pai sobre o diganóstico de depressão de seu filho de 11 anos
"O Marcio* sempre foi bastante ativo. Gostava de jogar
futebol, ia bem na escola e tinha um desenvolvimento padrão. Ele nunca foi de
ficar parado, pois, além das atividades escolares, tinha muitos amigos. Tudo
mudou no final do ano passado, quando ele estava com nove anos. Depois que eu
passei um mês no hospital por problemas de saúde, ele começou a apresentar
algumas atitudes estranhas. A primeira coisa que notei foi que ele ficou mais
abatido, sem querer sair para brincar. Lá por outubro de 2014, o Marcio começou
a ficar muito ansioso. Ele também passou a reclamar de uma forte dor de cabeça
e a chorar dia e noite por isso. Fiquei preocupada, levei-o ao hospital, mas
parecia uma dor incurável. Fizeram todos os exames e não encontraram nada de
errado. Ele começou a se fechar no quarto, ficar deitado, choroso. Passou a ter
problemas para pegar no sono, isolou-se e, inclusive, parou de ir à escola. O
Marcio dizia para os médicos que, além da dor, tinha muita preocupação comigo.
Mas ele não conversava muito, não dizia o que sentia e, por isso, afastou-se
muito dos amigos e da nossa família nesse período. Foram pelo menos três meses
em que eu fiquei muito preocupada, angustiada, porque ele parecia não reagir a
nada. Passamos por momentos muito tensos, com medo que ele fosse fazer alguma
coisa. Até que o Marcio foi encaminhado a um psiquiatra e, a partir daí, teve o
diagnóstico de depressão. Como eu já tive episódios de depressão também,
acredito que ele tenha herdado essa tendência.
Desde que se iniciou o tratamento com remédios, ele começou,
aos poucos, a voltar às atividades normais, como sair para brincar, ir às aulas
e se relacionar com os amigos. Foi um susto para mim. Um susto que ainda não
passou, mas estamos conseguindo controlar a situação."
*A pedido da família, o nome é fictício.
Desenho de "Márcio"
Série "Meu filho tem um problema", disponível em:




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